Um pouco absurdo a gente falar de 2022 quando
a gente acabou de sair de uma eleição. E falando um pouco do cenário atual, eu acho
que é muito preocupante, eu vivo isso muito no Plenário, essa grande campanha eleitoral,
que começou em 2018 e não terminou ainda. A sensação que eu tenho é que a gente vai
ficar 4 anos marcando posição e fazendo campanha. Eu não tenho ideia do que vai acontecer com
o Brasil nos próximos 3 anos, eu não tenho ideia de quais serão os candidatos, não
tem a menor razão para eu estar preocupada com isso hoje. E eu acho que uma crítica muito grande ao
governo Bolsonaro é estar preocupado tão fortemente com a próxima eleição. Muita gente elegeu o Bolsonaro porque era
contra a corrupção, porque era contra o PT, porque queria a economia melhor. E nada disso se realizou ainda. Tudo indica que o combate à corrupção não
é um projeto pessoal do governo Bolsonaro ou do próprio Bolsonaro por razões familiares,
por razões pessoais. A gente ainda não viu a economia decolar. Então, acho que a população também está
esperando para ver, porque a gente não viu nada se desenrolar. Então, eu critico muito isso, de pessoas
que estão ali no Plenário, marcando posição na esquerda e na direita, sem pensar no futuro
do país porque estão mirando em 2022. E acho que isso é bom de eu ser uma pessoa
que chegou agora na política. 3 anos é muita coisa. A gente tem muita coisa para resolver. Agora, falando de visão de mundo, eu me coloco
na centro-esquerda. O problema é que mais ninguém entende o
que é centro-esquerda. E, para mim, o que define, o que vai me ajudar
a tomar essa decisão lá em 2022 e não agora, é um projeto que entenda que o Brasil é
extremamente desigual, que tenha pauta social como prioritária, mas que entenda a necessidade
de a gente ser fiscalmente responsável, ou seja, não dá para gastar infinitamente,
não dá para ser irresponsável com o dinheiro público, o governo tem que entregar melhor
seus serviços. Para mim, essa é uma pauta de centro-esquerda.

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